Belas imagens, porém tristes demais ao saber da situação deles...
Para alguns viverem em Maputo, capital de Moçambique, ter uma vida do lixo de outras pessoas é o seu único meio de sobrevivência.
O fotógrafo português
José Ferreira viajou para o despejo de lixo Huléne, não muito longe do Aeroporto da cidade e capturou a dura realidade da vida nessa "
lixolândia"
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cnn.com
Ferreira diz que o que mais o impressionou foi que, apesar da dificuldade, ele encontrou algumas das
"melhores pessoas" que nunca conheceu.
"Apesar de todas as circunstâncias de como eles vivem, eles continuam mostrando sua bondade, felicidade e a hospitalidade," ele disse.
"Nós não encontramos essas qualidades humanas em muitos lugares do mundo." Ferreira explica que ele conheceu dois tipos de pessoas no despejo: os desabrigados e os catadores de lixo.
"Muitos deles vivem lá e dependem do lixo para sobreviver, alguns buscam alimentos, outros, tipos de reciclagem de materiais para vender às fábricas," ele disse.
"O dinheiro que eles recebem por tudo o que coletam não é suficiente, mas é algo..." Ele continua.
Não se sabe quantas pessoas vivem no lixão de Huléne. Alguns relatórios marcaram o número em cerca de 700. O despejo está localizado em um bairro densamente povoado e cobre uma área de aproximadamente 17 hectares (170.000 metros quadrados). É o único despejo oficial para eliminação de resíduos sólidos em Maputo, uma cidade com uma população de mais de 1 milhão.
As pilhas de resíduos no lixão podem atingir alturas de 15 metros, de acordo com um relatório do Conselho municipal de Maputo.
Uma das fotografias de Ferreira mostra um caminhão chegando com lixo da cidade, com uma multidão de pessoas correndo atrás do veículo.
"No momento em que o caminhão despeja o conteúdo, eles 'pulam' sobre o lixo e lá se pode encontrar de tudo, de alimentos, material reciclável, animais mortos e fetos de recém nascidos," ele disse.
Ferreira diz que não tem uma foto favorita. Mas há uma imagem que ele diz ter sido a mais difícil de testemunhar.
"O mais difícil foi testemunhar quando havia duas mulheres comendo a cabeça de um cão que já estava em decomposição e podre." ele disse.
O despejo foi destinado à ser encerrado há muito tempo, mas para o momento permanece aberto.
Depois de passar algum tempo em Huléne, Ferreira diz que o maior erro que as pessoas podem cometer, é pensar que não há nenhum espaço para constrangimento, por aqueles forçados a ganhar a vida, a partir do lixo de outras pessoas.
"Há uma vergonha muito mais legítima do que qualquer outra, porque para a maioria deles estarem lá, nunca houve uma escolha," disse ele.
"Muitos deles têm visto o outro lado e eles sonham com isso, e todos os dias eles esperam por uma vida melhor." Para Ferreira, suas experiências ensinaram-lhe a apreciar mais a vida.
"A vida que desperdiçamos todos os dias porque queremos uma melhor ou porque nunca estamos satisfeitos com ela, é a vida que muitos desejam e anseiam ter e dariam tudo para tê-la."A montanha do lixo
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